Adjacentes e subjacentes
Ainda que o Senhor é excelso, atenta todavia para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe (Salmos 138:6).
A militância em diversas áreas de liderança da Igreja, ao longo dos anos, permitiu observar o paralelismo da caminhada de importantes personagens que carregam uma fragrante contradição. Quem é quem?
Adjacente é o que está ao lado, na periferia e é visível. O subjacente é muito parecido, está sempre ali, mas a diferença é que este é discreto, invisível e se porta sempre em segundo plano, por isso sub.
Lidamos com irmãos atuantes que fazem muito bem a função de adjacente, gostam de falar, cantar, dirigir, pregar, discutir e isso é bom. Estão sempre no palco e fazem questão de serem observados na sua participação, e até se elogiam por isso. São importantes adjacentes que mais parecem “Estrelas”, ou melhor, “Cometas” e realmente chamam a atenção. Como se diz, estão na “tela” e a meta é ser o personagem principal.
Na outra ponta irmãos mais recatados que também trabalham, só que discretamente. Se pudéssemos ter melhor visibilidade diríamos, são esses os que realmente fazem diferença. Podemos contar com eles a qualquer hora, não são carentes de elogios e nem fazem disso questão. Os subjacentes não são vistos, não tem uma “cauda luminosa” e estão prontos para o que der e vier. Não têm preço, porque encarnaram o verdadeiro significado de servo. O que lhes importa de verdade é o sucesso do serviço e não sua esplendida aparição com aplausos.
Os subjacentes não determinam, não são exigentes, são cooperadores, voluntários, compreensivos, comportados, respeitadores e com adjetivos assim intermináveis.
Os adjacentes são convenientemente periféricos. Está, mas não está, vive a espreita do momento adequado a melhor audiência. São exigentes, intolerantes, provocadores, debochados, vingativos, sínicos e características outras assim inomináveis.
A simplicidade da pomba nos induz a pensar que na Igreja de Cristo só tem subjacentes. Aliás, ostentamos todos, uma invejável placa de “servo”. Contudo, a recomendação pela prudência da serpente, nos garante que a proliferação de adjacentes na Igreja nunca esteve tão fora de controle, como no século XXI.
Dc. Edson Cavalcante dos Santos.
Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2010.
Igreja Batista em Vila Jaguaribe – Piabetá – Magé – RJ.
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