sábado, 16 de abril de 2011

A Banalização do culto.

A Banalização do culto.

Fico estarrecido ao perceber pastores defendendo a ideia de contextualização cultural dos cultos apresentados nas igrejas hoje.

É fato que nossos cultos sofreram influências diversas ao longo do tempo. Todavia, isto não é, em absoluto, razão para que nos justifiquemos na desenfreada busca por inovações ainda maiores. O movimento carismático, por exemplo, deixou em nosso meio marcas praticamente indeléveis. E, muito embora em nosso meio dificilmente se levante alguém para dizer que este movimento é de Deus (e se o fizer não deve se conservar fora de seu “habitat”), a maioria tem aceitado as inovações trazidas por este movimento para o nosso meio, como traços de contextualização cultural. Neste caso, suplico aos que assim o fazem, que em nosso Brasil, aceitem logo em suas igrejas o carnaval, o frevo, as festas juninas e tantas outras manifestações culturais que são realmente a cara do nosso povo. Não há nada mais cultural no nosso país que isto, a não ser a cultura de homens que têm outras mulheres e, culturalizando-se agora, mulheres que tem vários homens. Por que se defende, por exemplo, o uso de ritmos africanos criados para o culto de deuses estranhos, mas não se aceita (muito embora já não estejamos longe disto em algumas igrejas) pular carnaval pelado dentro do templo dizendo louvar a Deus com isto?

Justificar-se dizendo que os nossos cultos hoje são de herança cultural dos europeus e norte-americanos não vale. Ainda que seja isto verdade (não estou dizendo que é, muito embora admita que traços culturais possam ter sido incorporados), aplica-se aqui a regra estabelecida pelo Espírito Santo por intermédio de Paulo: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?”. Se elementos estranhos ao culto cristão foram introduzidos em nosso meio por influência das culturas por onde passaram, não seria necessário agora que estivéssemos preocupados em identificarmo-los para nos livrarmos dos mesmos ao invés de acrescentarmos ainda mais elementos estranhos ao nosso culto? O fato de sermos pecadores, não nos assegura direito para pecarmos ainda mais.

O fato é que queremos fabricar um Deus conforme a nossa própria imagem. Um Deus sem preferências e que é obrigado a aceitar aquilo que nos é agradável. A lei que vale realmente é de que: “eu me sinto bem com isto”. Lembrando as palavras de um pastor amigo, nada é mais prazeroso ao ser humano do que o pecado. Não fosse assim, e não seria necessário tanta exortação bíblica. Tiago afirma que o pecado é o produto de nosso desejo. Muitos cultos hoje não têm sido mais que meros produtos de desejos pessoais sem nada terem a ver com a vontade de Deus, pois esta não interessa ou não existe para muitos. Sob o pretexto de contextualização cultural vários elementos estranhos têm sido introduzidos no culto, tornando o mesmo, em culto falso ao Deus verdadeiro.

A afirmação de Jesus de que o culto prestado tem de ser em espírito e em verdade, não tem valor algum. Qual espírito? Qual verdade?

Um dos grandes males do nosso tempo certamente é o da relativização das coisas, sobretudo da verdade. A ideia de que a verdade é relativa é o mais pernicioso engano disseminado por Satanás. A oração de Jesus ao Pai declara: “a tua palavra é a verdade”. Mas onde está a preocupação dos “adoradores” de hoje com esta verdade? Foi de todo excluída em nome de uma suposta liberdade cultual que, dizem alguns, ter sido estabelecida por Jesus e pelos apóstolos, tornando-os assim em anarquistas no reino de Deus.

O apóstolo Paulo faz este apelo aos nossos corações: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

Mundo aqui é a palavra grega “aion” que se traduz por época, ciclo, Era, eternidade. Outra tradução traz século. Mas que era é esta a que Paulo nos exorta a não nos conformarmos (ou tomar a forma)? É o mundo, ou o século, ou a era, ou ainda a época atual do caos na qual o deus dela é Satanás (2 Coríntios 4:4). Satanás é o príncipe desta era (João 16:11) da qual somos exortados a não nos amoldarmos.

Contextualização quer seja ela cultural, ou de qualquer outra natureza, é um convite ao passado, aos tempos de escravidão como o povo desejoso de voltar ao Egito dominado pelo deus Faraó (Satanás).

Apenas como exemplo, cito aqui a ordenação de "pastoras". Com a desculpa de contextualização da Palavra de Deus, muitos tem se perdido transformando o Espírito Santo de Deus e aqueles que foram instrumentos dele na proclamação de sua Palavra em fracos e tem sido loucos por dizerem ainda acreditar em um deus (com "d" minúsculo mesmo) que segundo eles, acovardou-se diante de uma sociedade dominada por Satanás, não sendo capaz de expressar a sua vontade camuflando-a para não ofender aqueles que detinham o poder e não aceitavam a liderança das mulheres na igreja.

O Deus que enviou seu servo Moisés para desafiar a Faraó, que mandou seu recado a Acabe e Jezabel por meio de homens frágeis como Elias e Micaías, que condenou publicamente o pecado de Herodes por intermédio de João, que desafiou o poder de Nabucodonosor por meio de homens de oriundos de uma nação tão insignificante como Israel, mas ainda sobretudo, o Deus que criou todas as coisas e que sobre elas jamais deixou de dominar, agora acovarda-se diante de suas criaturas e não é capaz de sequer uma palavrinha para dizer-lhes que queria que mulheres também pudessem exercer a liderança sobre a Sua Igreja.

Jesus foi capaz de desafiar a cultura corrente e dirigir-se a uma samaritana, sendo ele judeu, mas não teve coragem para desafiar esta mesma cultura para escolher uma destas mulheres (muito embora recebesse delas sustento (Lucas 8:1-3) para ser apóstolo ou mesmo para que exercesse qualquer tipo de liderança em Sua Igreja, sendo o próprio fundador desta. Realmente seria incoerência total da parte de Deus, destruir algo a que Ele mesmo induziu o ser humano, quando criou o homem como cabeça e mesmo em um povo com leis totalmente estabelecidas por Ele, não se preocupou em defender o suposto lugar pretendido pelas mulheres na liderança do Seu povo. Isto é só mais uma das inúmeras distorções criadas pela famigerada contextualização.

A contextualização é perniciosa, porque relaciona-nos com o mundo que é de Satanás. O verdadeiro servo de Deus deve contextualizar-se com a Palavra de Deus e com seu Mestre: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.” “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.”

Lutemos pois para preservarmos o que nos resta de identidade com o Mestre.

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.”

Procuremos saber a origem das práticas cultuais de hoje e não nos surpreendamos se descobrirmos que a maioria delas originou-se no espiritismo e nas religiões pagãs e de ocultismos, ou ainda em elementos do culto de Israel que já não têm qualquer sentido para nós que estamos debaixo da graça. Será que Deus não se ofende com tamanho descaso dos "cultuadores"?

Não tenho a intenção de ofender a ninguém, mas não posso deixar de expressar-me frente a isto.

Plagiando o meu querido irmão Pr. Wilson Franklin, Deus se preocupa tanto com a forma de ser cultuado, que em 3 capítulos registrou a história da criação, mas em 40 dedicou-se a estabelecer os preceitos para o culto de Israel.

Não menosprezemos a vontade de Deus em nome de uma contextualização descabida nas Escrituras. A Igreja verdadeira de Jesus, que está edificada e firmada nEle, é e sempre será contra cultural, porque não é deste mundo, muito embora milite nele.
Fomos resgatados com tão alto preço, que não podemos reputar por nada o preço que foi pago. Avancemos na evangelização, até mesmo daqueles que sob o epíteto de batistas sequer ouviram falar de salvação eterna. Sim, meus amados. Temos aqui, membros que vieram de igrejas batistas da CBB, modernas e contextualizadas, mas que por anos a fio, nunca se preocuparam em falar para estes irmãos o que realmente lhes era importante. Eram pessoas atormentadas pelo terror da insegurança e pelo medo terrível de terminarem no inferno, por nunca terem ouvido de seus “pastores” que Jesus salva eternamente pela graça o pobre pecador. São pessoas que Satanás tem mantido privadas do verdadeiro evangelho, por estarem escondidas em igrejas que estampam a mesma tabuleta que nós. Não estou afirmando que todas as igrejas com inovações cultuais estão em mesma situação, mas sim, que há grande perigo de que se ainda não chegaram a tal ponto, que o façam brevemente.

A oração de Jesus, parece-nos, que nesta cosmo visão das coisas deveria ser: "Seja feita a vontade do homem, tanto na terra como no céu."

As expressões corporais pululam os "cultos" hoje em dia sem qualquer preocupação de se são ou não vontade de Deus. E muitos sequer podem ouvir falar deste assunto, porque mexe naquilo que lhes é agradável.

O culto não pode em hipótese alguma, ser mero produto de nossa fértil imaginação, mas sempre um ato de adoração a Deus, com preceitos estabelecidos por ninguém mais senão, o próprio Deus.

Nem mesmo o mundo mergulhado no pecado aceita tamanho desrespeito. Ninguém se apresenta diante de uma autoridade da maneira que acha mais conveniente para si, mas para o Santíssimo Deus, impera a lei do "tá valendo qualquer coisa", como se não houvesse para isto qualquer norma estabelecida. O hedonismo tomou também conta dos cultuadores.

Mas cuidado! Fogo estranho jamais será aceito por Deus, porquanto por Ele não foi ordenado!

Quando criança eu sempre ouvia dizer que para nós Batistas a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Constato hoje, com grande decepção, que isto não é verdade.

Há muita prática "estranha" às Escrituras, porque esta já não é mais normativa para a prática e, quiçá, até mesmo para a fé.

Que Deus tenha de nós misericórdia!

Em Cristo,
Pastor Helcias.

3 comentários:

ICNAP disse...

A paz de Yeshua( Jesus) para o irmão.
O seu comentário e realmente PERFEITO.Porém o irmão se esqueceu de citar a festa pagã tradicional Romana,consagrada as idolatrias e místicas chamada de "Natal" que é colocada em nossas igrejas como se fosse uma festa Cristã.Portanto realmente devemos nos livras dessas contextualização cultural dos cultos criados para o culto de deuses estranhos, “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?”. Se elementos estranhos ao culto cristão foram introduzidos em nosso meio por influência das culturas por onde passaram, não seria necessário agora que estivéssemos preocupados em identificarmo-los para nos livrarmos dos mesmos ao invés de acrescentarmos ainda mais elementos estranhos ao nosso culto? O fato de sermos pecadores, não nos assegura direito para pecarmos ainda mais.
O fato é que queremos fabricar um Deus conforme a nossa própria imagem. Um Deus sem preferências e que é obrigado a aceitar aquilo que nos é agradável. A lei que vale realmente é de que: “eu me sinto bem com isto”.Portanto concordo contigo.Em nossa igreja não comemoramos de tais festas.Fique na paz. Do seu irmão em Yeshua Pr.Ilson,família e igreja.Meu E-mail. pr.ilson@hotmail.com

Henri disse...

Preciso dizer que esse texto foi escrito pelo meu amigo pastor Helcias. Vou encaminhar para ele o seu comentário, aguardando que ele me dê a alegria de responder aqui nesse Blog.
Aproveito para agradecer ao pastor Ilson pela postagem.
Henri.

Anônimo disse...

Caro Pr. Ilson,

Obrigado por seu precioso comentário.

O natal nunca foi uma festa cristã bíblica, porquanto não foi estabelecida por Deus na Sua Palavra. A Bíblia registra pessoas celebrando o nascimento de Jesus, mas não há qualquer registro de comemoração do aniversário deste. Contudo, há ainda mais importante fato a se considerar. Não há em toda a Escritura Sagrada, qualquer ordem, por menor que seja, para o fazê-lo. O livro de Atos está repleto de coisas que os apóstolos fizeram, assim como os Evangelhos com coisas que Jesus fez, mas que são registros e não podem ser tomados como normativos, salvo quando há uma ordem para se fazer igual como no caso da ceia: "fazei isto". A morte de Jesus em nosso favor, do Seu corpo entregue por nós e do Seu precioso sangue vertido por nós na cruz, a única coisa que nos dá a vida eterna, é o que realmente deve ser celebrado, porquanto pelo Senhor Jesus nos foi ordenado.

Na PIBBC, também há muito não "celebramos o natal". Temos cultos e programas especiais em dias distintos do tal dia do suposto natal, mas sempre fazemos questão de frisar que não comemoramos esta data. Aliás, a propósito da data, a mesma é fruto de sincretismo religioso que traz para o "cristianismo" a celebração ao deus sol por ocasião do solstício de inverno. Uma festa pagã agora travestida de cristã, para que muitos sejam por ela seduzidos e adorem de forma indireta à Satanás.

Quando deixamos de nos fortalecermos no Senhor através da Sua Palavra, caímos nas "astutas ciladas do diabo".

Sei que para muitos é muito difícil deixar aquilo que fizeram por anos a fio, mas o culto verdadeiro e racional, requer sacrifícios pessoais, se é que queremos de fato, apresentarmos a Deus um culto agradável a Ele, não tomando a forma do mundo, mas transformando-nos pela renovação do nosso entendimento.

Sejamos pois, coerentes com a Palavra de Deus e não com os costumes.

Em Cristo,

Helcias